Alguns dos primeiros animadores do Brasil eram cartunistas como Fono (Eugênio Fonseca Filho), que criou pequenas animações inspiradas nas tiras de quadrinhos americanas "Mutt and Jeff", e Álvaro Martins, considerado o primeiro a realizar animações com personagens e situações tipicamente brasileiros.

Até então a história do cinema de animação brasileiro é muito intermitente. Isso se deve à demora do Brasil em encarar o cinema como uma produção industrial. Isto só veio ocorrer por volta dos anos 30, quando foram criados os estúdios da Cinédia e nos anos 40 com o surgimento da Atlântida, que infelizmente nunca se empenharam na produção de filmes de animação.
Em 1939 chega ao Brasil Walt Disney, com o intuito de estreitar os laços entre os países das três Américas e angariar simpatia para oposição à crescente política nazista de Hitler.

Na década de 50 começam a aparecer vários animadores e é lançado o primeiro longa-metragem de animação brasileiro, "Sinfonia Amazônica" em 1953, de Anélio Lattini Filho. O filme foi produzido em preto e branco e consumiu 6 anos de trabalho de seu realizador, que trabalhou sozinho em todas as etapas da produção.
Já na década de 60 cresce o número de animações em produções publicitárias e em filmes didáticos. Em 1967 foi fundado no Rio de Janeiro o Centro de Estudos de Cinema de Animação (CECA). Com sua dissolução foi montado um novo grupo de animação experimental - O Fotograma.
Na década de 70, o jovem Marcos Magalhães se destaca com seu filme "MEOW" de 1976, premiado nos Festivais de Brasília, Havana e Cannes. Marcos estagiou na National Film Board of Canada onde realizou o filme "Animando" de 1972, um filme que demonstra diversas técnicas de animação. Ao voltar para o Brasil ele participou do acordo entre Brasil e Canada para a criação do Núcleo de Cinema de Animação do CTAV, projeto coordenado por ele de 1985 a 1987. Com esse acordo foi criado o primeiro curso de Animação no Brasil. A continuação do acordo resultou em três núcleos de animação: NACE em Fortaleza (Universidade Federal do Ceará), o do Rio Grande do Sul (Instituto Estadual de Cinema) e o de Minas Gerias (Escola de Belas Artes da UFMG).
Junto com César Coelho, Aida Queiroz e Léa Zagury, Marcos Magalhães iniciou em 1993 a realização do Anima Mundi, um Festival Internacional de Animação. O Anima Mundi trouxe uma nova perspectiva para os futuros animadores do país, tornando-se uma referência tanto nacional quanto internacional. Outros grandes nomes da animação no Brasil são: Cao Hamburguer, Otto Guerra, Stil, entre outros.
Anima Mundi
O Anima Mundi é realizado desde 1993, trazendo o que há de melhor em trabalhos de animação em todo o mudo. O evento, assim como grande parte dos festivais brasileiros, ocorre nas cidades Rio de Janeiro e São Paulo. Nas duas capitais são exibidos curtas, médias, longas, seriados e comerciais. As linguagens narrativas e técnicas são as mais variadas e nesse quesito o festival não exige nenhum critério específico.

Para quem aprecia mas não detém as técnicas de animação, o Anima Mundi oferece as Oficinas do Estúdio Aberto, na qual algumas formas de produção de animação são apresentadas. Paralelo às exibições, há também retrospectivas, workshops, palestras, seminários e mostras especiais. Entre estes eventos, destaca-se o Papo Animado, que sempre traz realizadores nacionais e internacionais para debater seus trabalhos e questões do cinema de animação.
Além da mostra competitiva que ocorre em São Paulo e Rio, o festival promove um concurso de animações para a internet, o Anima Mundi Web. O festival on-line recebe trabalhos realizados em Flash, com o tamanho de até 1MB. Os selecionados são exibidos no site do Anima Mundi, onde também podem deixar seu voto.
Na tentativa de descentralizar o evento e atingir outros centros importantes do país com a divulgação e promoção do cinema de animação, o Anima Mundo realiza o Anima Mundi Especial, que é uma versão menor do festival oficial e que acontece em vários locais do país. O Anima Mundi Especial acontece anualmente, logo após o término do Anima Mundi.